A inclusão escolar de pessoas com deficiência ainda representa um grande desafio para a sociedade. Isso porque apenas propiciar o acesso do aluno à escola não resolve o problema, pois, sem mudanças efetivas, os próprios mecanismos internos à escola acabam sendo produtores de exclusão, a começar pelas práticas de ensino homogeneizantes e a ausência de projetos que promovam um mínimo de ações coletivas destinadas a atender as necessidades específicas dos alunos incluídos.
Por isso, preparamos um post a partir do interessante livro ” Autismo e Inclusão: Experiências no Ensino Regular” da pedagoga e especialista em Educação Especial, Talita Cruz.
Confiram!
O livro traz o estudo de caso de dois alunos autistas que estão na fase da adolescência. Além disso, relata a experiência dos educadores sobre a inclusão desses alunos, mostrando, sobretudo, o que pensam e como avaliam a didática utilizada durante as aulas.
Uma das docentes relatou que exercer tal função é de grande responsabilidade, pois é preciso respeitar as singularidades desses alunos, o que se torna quase impossível quando a inclusão acontece de modo imposto, ou seja, quando os dirigentes e demais integrantes da comunidade escolar não desejam receber aquele sujeito. E afirma que a obrigatoriedade da inclusão, que está “no papel”, acaba não se realizando, pois não estão sendo criadas as condições necessárias para o ingresso dos deficientes e, consequentemente, para sua permanência com uma experiência escolar de qualidade.
Outra docente acredita que a inclusão como se tem visto é pior do que ficar excluído e afirma que todo o processo precisa ser repensado. Isso porque os profissionais não tem condições e preparo necessário para oferecer a esses alunos o que eles realmente merecem. Por isso, é preciso, principalmente, transformar os profissionais da educação em pessoas mais preparadas para auxiliar esses sujeitos.
Um professor citou que considera que os setores educacionais oficiais possuem grande responsabilidade no enfrentamento dos problemas, pois deveriam oferecer cursos de especialização em Educação Especial para os profissionais da rede pública e contratar especialistas para o atendimento dessas deficiências, visto que os professores não são preparados para isso. Afirma, ainda, que o autismo é muito desconhecido pela comunidade escolar, sendo, inclusive, percebido como algo bizarro pelos demais alunos.
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Experiências com a inclusão escolar
Quem são as pessoas consideradas com deficiência?
A autora do livro afirma que as observações de atividade de aula dos alunos autistas mostram que na experiência da inclusão escolar, tanto os indivíduos autistas como os professores vivenciam uma situação complexa e, certamente, dolorosa para todos.
Percebesse, portanto, que um dos fatores mais complexos é o desconhecimento das necessidades de indivíduos autistas, que carregam consigo estigmas, pois seu comportamento provoca perplexidade e o quadro é pouco estudado, sem causas bem definidas.
A autora salienta, ainda, que para o autista, a área em que os processos pedagógicos precisam investir mais, explorando caminhos diferenciados, é justamente no estabelecimento de trocas interpessoais e comunicativas. Da capacidade de interagir depende a possibilidade de avanços significativos nas funções psíquicas dos sujeitos.
*Por Talita Cazassus Dall’Agnol
Excelente o post, pois trata de um assunto que acompanha todos os familiares de pessoas com deficiência que é a inclusão escolar.!!!!
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