Quando tinha apenas 19 anos de idade, Amy Purdy perdeu suas duas pernas na altura do joelho e isso não a impediu de se tornar uma esquiadora profissional. Por isso, hoje, ela nos encoraja a assumir o controle de nossas vidas e dos nossos limites através de seu relato inspirador!
Se a sua vida fosse um livro e você fosse o autor, como gostaria de direcionar a sua história? Essa é a pergunta que transformou a minha vida para sempre. Cresci no deserto quente de Las Vegas e tudo o que sempre quis era ser livre. Sonhava em viajar o mundo e morar em um lugar com neve.
Aos 19 anos de idade, um dia após a minha formatura de ensino médio, mudei para um lugar que nevava e me tornei uma massagista. Com esse trabalho, tudo de que eu precisava eram minhas mãos e minha mesa de massagem ao meu lado e então eu poderia ir a qualquer lugar. Pela primeira vez em minha vida, eu me sentia livre, independente e totalmente no controle de minha vida. Isso até a minha vida tomar um novo rumo…
Um dia, voltei para casa mais cedo que o normal, pois achava que estava gripada; e em menos de 24 horas depois eu estava em um hospital, sobrevivendo com a ajuda de máquinas e com menos de 2% de chance de sobreviver. Nos dias que se seguiram, eu estava em coma e os médicos me diagnosticaram com uma meningite bacteriana, uma doença que pode ser evitada com vacina. Em dois meses e meio, perdi meu baço, meus rins, a audição do ouvido esquerdo e minhas duas pernas.
Quando meus pais me tiraram do hospital, eu me sentia como uma boneca de retalhos. Pensei que o pior havia passado, até que vi minhas novas pernas pela primeira vez. As panturrilhas eram blocos de mental com canos que o ligavam até o tornozelo e um pé de borracha amarelo com uma linha saltada do dedo até o tornozelo imitando uma veia. Eu não sabia o que esperava, mas definitivamente não era isso.
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Com minha mãe ao meu lado e lágrimas escorrendo em nossos rostos, coloquei essas pernas volumosas e fiquei em pé. Era tão dolorido e tão limitador que tudo o que eu conseguia pensar era: como vou viajar o mundo com essas coisas? Como vou viver uma vida cheia de aventuras e histórias, como sempre quis? E como vou esquiar novamente?
Naquele dia, fui para casa, deitei na cama e aquela foi a minha vida por alguns meses: eu deitada na cama, fugindo da realidade, com as minhas novas pernas ao meu lado. Eu estava, literalmente, quebrada física e emocionalmente.
Mas eu sabia que para seguir em frente teria que abandonar a antiga Amy e aprender a aceitar a nova Amy. E foi quando percebi que poderia ter a altura que quisesse, dependendo de quem eu fosse sair ( risos). E se eu fosse esquiar novamente, meus pés não congelariam mais. E o melhor de tudo: eu poderia fazer o meu pé do tamanho dos sapatos que estão em liquidação !!!
Foi neste momento que perguntei a mim mesma: Se a minha vida fosse um livro e eu fosse a autora, qual o rumo que eu daria a minha história? E comecei a sonhar. Sonhei como quando era uma criança e me imaginei andando graciosamente, ajudando outras pessoas em minha jornada e esquiando novamente. E eu não me imaginei apenas descendo uma montanha de neve, eu realmente podia sentir aquilo. Eu podia sentir o vento batendo em meu rosto e as batidas de meu coração. E foi quando um novo capítulo em minha vida começou.
Quatro meses depois voltei a esquiar, embora as coisas não tenham ocorrido como eu esperava. Meus joelhos e meus tornozelos não dobravam e naquele momento traumatizei todos os esquiadores que estavam lá quando eu cai e minhas pernas ficaram presas na prancha de esqui! Estava traumatizada, como todo mundo, mas subi a montanha novamente e pensei que se eu encontrasse o par de pés certo, eu poderia fazer isso novamente. E foi aí que aprendi que nossas barreiras e nossos obstáculos podem somente fazer duas coisas: nos parar ou nos forçar a ser criativos.
Depois de muita pesquisa, consegui fazer uma perna bem adaptada para esquiar e ganhei o melhor presente de 21 anos que poderia receber : um rim novo de meu pai, o que me permitiu alcançar meus sonhos novamente. Então, voltei a esquiar, voltei ao trabalho, voltei a escola. E apenas nesse ano, já ganhei 2 medalhas de ouro da Copa do Mundo – o que me tornou a número 1 no ranking feminino de esqui para paratletas no mundo.
Há 11 anos atrás, quando perdi minhas pernas, eu não tinha ideia do que esperar. Mas se você me perguntar isso hoje, se eu mudaria a minha situação, eu responderia que não. Isso porque minhas pernas não me desabilitaram, e sim me habilitaram. Elas me forçaram a usar a minha imaginação como ferramenta para eliminar as barreiras, pois em nossas mentes, podemos fazer o que quisermos e sermos o que quisermos!
Gostaria, então, de desafiá-los a não olhar os desafios ou suas limitações como algo negativo ou ruim, mas olhá-los como bênçãos, como presentes que podem ser usados para acender a nossa imaginação e nos ajudar a irmos mais longe do que jamais imaginamos. Não se trata de romper barreiras e sim de empurrá-las e ver a que lugares incríveis elas podem nos levar.
Texto adaptado do Ted Talk ” Living Beyond Limits” por Amy Purdy
Excelente artigo e exemplo inspirador!
Parabéns, Talita!
Abraço!
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Acho que para o ótimo artigo, e este é pelo branco não é impossível, não é tudo já pode tais ídolos para assistir a grande Páscoa eu desejo-lhes tudo. Oi da Alemanha
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Linda ela, e vencedora, como duas brasileiras, uma que não tem os braços e outra que é modelo, e uma americana ou australiana, não tenho certeza, que surfava e teve o braço esquerdo arrancado por tubarão, todas vencedoras. Abraços.
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A americana é esta, Bethany Hamilton, procura na Wikipedia.
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A linda modelo brasileira, Paola Antonini, lindíssima, e Carolina Tanaka, que nasceu sem os dois braços, olha o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3m-G5e20Z7Y
São as que eu deixei no primeiro comentário.
Abraços
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Muito inspiradora a história delas! Já acompanhava há um tempo a Paola Antonini, que é um show de simpatia! abçs
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E muito linda, uma gata e tanto, e pela história mais ainda. Não deixou de fazer o que gostava, e como outras, adaptou-se.
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Dá até vergonha ao lembrarmos de nossas lamentações, não é? Que exemplo!
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