Por Ângela Maria Guimarães Freire
Olá pessoal,
A Talita, minha neta e amiga, sugeriu-me colocar neste blog de amor, as minhas sacações com uma compreensão psicológica, sobre o meu neto querido Carlos Henrique ou Caique, como o chamamos.
Sou psicóloga clínica, pós-graduada em “Psiquiatria Transpessoal”, “Integração: Corpo-Mente- Espírito-Matéria” e “Espiritualidade e desenvolvimento saudável e pleno em
Desenvolvimento Humano”.
Busquei transcrever aqui o que mais mexeu comigo, a partir de uma compreensão que venho desenvolvendo unindo ciência e espiritualidade.
Religando-se com o Ser Divino que somos
Quando nos religamos ao ser divino que somos, aprendemos a nos ouvir e a falar conosco. Assim, estabelecemos diálogos, sabendo ouvir e falar, o que requer um distanciamento do outro que permita olhá-lo de frente, nos olhos, buscando falar ao ser profundo que é.
Dessa forma, não nos apegamos à sua aparência, nem a sua fala externa, percebendo que é na sua diferença que se encontra o potencial que não desenvolvi. E também na minha diferença dele está o potencial que ele não desenvolveu.
É o ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, que Jesus nos disse.
Um bom exemplo desta escuta e desta fala se encontra na minha relação com meu neto Carlos Henrique, portador da Síndrome de Down e outras deficiências e possui uma grande sensibilidade com uma incrível afetividade.
Caique, como o chamamos, não usa a racionalização, mecanismo de defesa tão comum entre os que tem desenvolvida a capacidade de raciocinar. Estes mecanismos encobrem o que realmente a pessoa está vivenciando, por não se aceitar nesta vivência.
Assim, buscando saber como lidar com ele em momentos em que se torna bravo, quando o deixamos de lado, sem dar-lhe a atenção que ele quer receber, orei, buscando o Eu Divino e foi quando o senti mais a fundo.
E aí falei-lhe que ele era um rapaz, o que realmente já era nesta época, e quem berra assim é criança. Caique silenciou de imediato e repetiu: Caique é um rapaz! E assim, sempre que ele berrava para chamar atenção, eu lembrava à ele que era um rapaz e ele falava todo
compenetrado, várias vezes, que era um rapaz. Parece que ele se sentiu valorizado, como todos nós precisamos nos sentir, mas costumamos reprimir ou mascarar esta necessidade.
E assim, aceitando humildemente sua necessidade de valorizar-se, tornou-se brando e amigo como costuma ser.
É esta valorização, que Caique também passou a expressar, quando começou a fazer pulseiras e bandejas. Como quando me deu uma bandeja que fez para mim! Como ele se doou por inteiro ao me entregar este presente! E também como ele se sente bem em fazer algo útil!
Aí, a sua mãezinha, minha filha, que se entrega com tanto amor nesta sua missão com este filho, que se revela um constante aprendizado, como tem me passado, é que poderá relatar melhor. Ainda mais que não tive a oportunidade de acompanhar de perto seu crescimento,
como o de seus irmãos, por morarem sempre muito distantes de mim. Atualmente residem em Brasília e eu em Resende. Ufa!!! Como senti esta distância! Mas quando
estamos juntos é muito bom!!!
O que tentei passar é o quanto Caique mobilizou a liberação da minha sensibilidade para entender a sua, tão a flor da pele! E o quanto tenho aprendido a ser mais verdadeira com ele, soltando mais a minha afetividade.
Olha a avó se soltando e o Caique entrando na dela! São sensibilidades se encontrado!
Carlos Henrique é muito afetivo e sem máscaras! Sempre pronto a se doar! Acredito que temos muito que trocar um com o outro! Mas, me parece que tenho mais a aprender com ele, do que ele comigo, assim como o mundo precisa muito aprender com SERES ESPECIAIS COMO CAIQUE, QUE
SE DOAM SEM MÁSCARAS!
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